sexta-feira, 16 de outubro de 2009

1ª edição Revista 2x2 (PDF)

Esta é a primeira edição da Revista 2x2. A número #1 teve especial atenção pela trajetória dos quadrinhos no DF. A matéria "HQs no DF" tenta recontar o passado, momentos importantes e o presente dos quadrinhos candangos.
Você ainda pode conhecer o trabalho de Eduardo Belga, Santiago e Marceleza, e ler a entrevista com o cartunista Ziraldo. 
Nas páginas seguintes confira o ranking dos mangás e animês que popularizaram o estilo japonês, também conheça o artista da capa, nesta edição, o artista plástico e professor Newton Scheufler apresenta a sua versão do Wolverine, além do "Leitor do Traço", uma carta do leitor feita com muitas ilustrações. Para fechar, um texto super divertido do artista plástico Morandini sobre aquele cliente espertinho que vem com uma conversinha de "faça qualquer coisa aí, simples, depois eu te pago e ainda divulgo o seu trabalho!".
Ótima leitura! Depois deixe seu comentário, conte o que gostaria de ver na próxima edição da revista e neste blog.

Faça um precinho camarada para você

Quem ilustra sabe o quanto é desconcertante quando alguém o procura para fazer um trabalho, mas logo vem com o velho discurso de "Amizade. Faz um preço bacana. Por quanto você faz o serviço, mesmo?" Eita! Para quem está começando a situação é bem embaraçosa. Quanto cobrar? Amizade? Mas o meu sustento? O dono do aluguel não é meu chegado... Para tirar a dúvida é bom dar uma olhada na tabela de preços da Associação de Designers Gráficos do Distrito Federal e do Brasil. Confira os valores, pondere, analise a situação e veja quanto trabalho terá.  Lembre-se de que é um profissional como qualquer outro. Todo mundo quer barganhar, mas veja até onde vai o seu limite. Saiba valorizar o seu trabalho.

Existe vida além do mercado editorial

Este blog se esforça em mostrar que existe oportunidade para o ilustrador além dos jornais e revistas. A idéia de que apenas o mercado editorial absorve ilustração é comum, mas a verdade é que no Distrito Federal a demanda das agências de publicidade está longe de se esgotar.
Durante uma entrevista com os donos da Ilustrativa, eles ressaltaram que a empresa é jovem, mas não falta trabalho. Eles ainda não se dedicaram a visitar possíveis clientes, e já precisaram trabalhar finais de semana e feriados durante meses porque a demanda era muito grande. 
Continue a leitura e saiba mais sobre o mercado de ilustração no DF e no mundo. O blog vai trazer posts especiais sobre as áreas de atuação do ilustrador.  

Só para recordar

Se para alguns uma imagem é capaz de sintetizar mil palavras, para outros uma publicação repleta de ilustrações costuma disfarçar a falta de conteúdo. Entretanto, ilustração e palavra nasceram da mesma fonte, caracteres pictográficos, signos que seguem a mesma lógica para representar um contexto, ou idéia. Hoje, a ilustração é uma representação gráfica que complementa a idéia e o visual, esclarece as palavras como também as enobrece.

Na verdade, a ilustração dá uma força até na hora da morte. O Livro dos Mortos que acompanhava o falecido, na época dos egípcios, reunia os ritos e feitiços a serem seguidos quando o morto entrasse no pós-vida. O hábito era pintar os procedimentos nas tumbas e nos sarcófagos, mas como nem todo mundo tinha cacife para tanto surgiram as primeiras "publicações" ilustradas. A partir do ano 1300 a. C., registro do primeiro papiro sobre O Livro dos Mortos, as classes mais baixas puderam encontrar o caminho certo do pós-morte. Na falta de recursos, o papiro popularizou a ilustração e os ritos relacionados à morte.

ILUMINADOS
Os manuscritos devidamente adornados por ilustrações cheias de detalhes inspiraram o nome de iluminadores (ou ilustradores) aos profissionais responsáveis por decorar os textos. Datados a partir do império romano e início da era Cristã até o sucesso dos impressos por volta de 1450, os “Manuscritos Iluminados” cintilavam com o brilho das folhas de ouro. Desse período um dos manuscritos mais antigos que restam é a Ilíada, do século IV, da Biblioteca Ambrosiana de Milão.

JORNAL E ILUSTRAÇÃO
Os tipos móveis de Guttemberg (por volta de 1450) permitiram a popularização dos livros, jornais, e a ilustração passou a ser repensada para um contexto de reprodução em série.

As primeiras ilustrações eram em preto e branco através de processos de gravura em metal, fotogravação, e lápis gorduroso sobre pedra calcária, litografia. Com os avanços no século XIX a aplicação de várias cores foi possível através do processo de cromolitografia. A cromolitografia seguia a mesma lógica da litografia, lápis gorduroso que definia o desenho sobre uma pedra de calcária, mas uma placa para cada cor utilizada. A ilustração comercial se popularizou e surgiu o profissional crimolitógrafo, responsável por decompor e transferir as ilustrações para a pedra litográfica, atividade que exigia estudo detalhado para a escolha e reprodução dos tons corretos.

REVOLUÇÃO NA ARTE
Movimentos artísticos, como a Semana de 22, abriram um novo panorama para as artes. Foi possível notar maior liberdade no traço que deixava o olhar renascentista/ realista para aproveitar colagens, montagens e novas combinações de cores.

Com maior liberdade para criar estilos a ilustração se popularizou, mas ainda foi preciso superar o alvoroço causado pela fotografia. Mesmo com morte decretada, a ilustração foi amplamente usada pelos meios de comunicação.

Redescoberto o potencial do desenho para iluminar as palavras o computador trouxe uma nova discussão: qualquer um pode ilustrar? Programas de computador repletos de efeitos e filtros deixam qualquer traço torto "meio" profissional. Mesmo assim, conhecimento e criatividade continuam sendo importantes para o ilustrador que deseja se profissionalizar.


Leia também:

http://rtz2.blogspot.com/2008/03/uma-breve-histria-da-ilustrao.html

http://www.emdiv.com.br/pt/arte/enciclopediadaarte/1863-a-historia-da-ilustracao-.html